quarta-feira, março 16

Os amigos

Escolhi a amizade como tema do primeiro post a sério. Não só por as primeiras pessoas a quem dei conhecimento deste blog serem minhas amigas (talvez nem todas, pronto, mas ainda não perdi a esperança), mas também, e aí reside a razão de maior interesse e importância, porque a amizade, conclui eu há uns tempos, é aquilo a que dou mais valor. Quais paixões, quais amores, quais quês?... Os amigos são as únicas pessoas que contam (sem, obviamente, roubar à família o grau que ocupa na hierarquia!), se forem verdadeiros amigos. Isso é evidente.
Atrevo-me a dizer que há vários tipos de amigos. Os que são de longa data, aqueles de quem nos lembramos em primeiro lugar quando surge um qualquer aperto e de quem nunca nos esquecemos, por muito raros que possam ser os contactos.
Depois, há os amigos mais recentes, aqueles que conhecemos por um acaso, por um contacto profissional, por influência de algum outro amigo. Esses, por os conhecermos muito mal, ainda não são propriamente amigos, mas para lá caminham e espero que no bom caminho.
Aligeiremos agora um nadinha a coisa e falemos dos ditos amigos coloridos. Nunca entendi muito bem o que é que isso quer dizer... Que o facto de serem coloridos supõe que todos os outros sejam cinzentos ou a preto e branco? Eu sei, meninas e meninos, que nas vossas cabeças o termo colorido significa que essa pessoa é aquela com quem damos umas voltas, sem compromissos ou ressentimentos, simplesmente porque há que cuidar da pele!!! Pois tenham cuidado... nem sempre os coloridos são eternamente ou só coloridos. Eu também pensava que sim, mas enganei-me. Ficam desde já a saber que um amigo colorido ultrapassou a barreira cromática e hoje é meu amigo a sério. Sem que se tenha quebrado o acordo pelo qual sempre nos pautámos, hoje tenho-o como um bom amigo. Só é pena que adormeça tão depressa...
Há também aqueles que já conhecíamos havia tempo e que só há pouco revelaram a essência da sua amizade: desinteressada, preocupada com os nossos afectos - e outras coisas que nos afectam - e também crítica, quando chega a hora de puxar as orelhas. Aqui, e perdoem-me todos os outros meus amigos a quem abri esta porta, tenho de falar de uma certa rapariga que bebe muito chá. Sim, miúda, estou a falar de ti. Tu, que queres a toda a força apresentar-me o gerente de um certo estabelecimento onde se bebe chá e se fumam umas merdas que sabem a tudo menos àquilo a que dizem que sabem... Tu, que já aturaste os meus telefonemas lamechas e que estás sempre a tentar arrebitar o meu ego, dizendo que a vida é aquilo que fazemos dela. Pois bem, embora nem sempre concorde contigo (desculpa-me, mas não consigo ter um pensamento tão leve), quero que saibas que me tens feito muito bem. As tuas palavras são sábias, tens aquele dom de tornar tudo mais claro, mais simples, de me fazer pensar. É por pessoas como tu que dou tanto valor à amizade.
Agora, uma palavrinha sobre aqueles que pensávamos que o eram, mas, afinal, nunca foram amigos. Nem quero aqui catalogá-los com termos menos abonatórios, para não fazer descer o nível... Infelizmente, por vezes temos necessidade de nos agarrar às palavras que nos dizem e aos elogios que nos fazem, pela simples razão de estarmos na merda e isso nos dar força. Mas o tempo acaba por deixar transparecer o que realmente são: interesseiros, falsos, egocêntricos. Quis o azar que uma dessas pessoas se atravessasse no meu caminho há uns meses e a pancada foi tão forte que hoje ainda estou para perceber o porquê de tanta falsidade. Dói, dói muito e só mesmo a amizade verdadeira nos faz sair desse estado, em que voltámos a duvidar de tudo. Mas isso já lá vai e só espero que a dita pessoa tenha ido para Marrocos! Adeus alfa romeo spider, que, apesar de eu ficar bem nesse volante, como tantas vezes ouvi, continuo a gostar muito do meu carro de pobre!
Já chega, vade retro satanás e abrenúncio, que a vida é para a frente e nunca para trás, nem sequer para o lado, como dizem que se passa com os caranguejos (mesmo aqueles que preferem vestir a pele do lagarto mais famoso da capital catalã). Espero que este blog seja um ponto de encontro das nossas amizades, uma mesa de café, uma forma de dizermos o que nos vai na alma. Pela minha parte, prometo não tornar a leitura enfadonha, mas conto convosco para animar as conversas. Falem do que vos apetecer e mantenham-se anónimos se preferirem, ou lancem um lamiré para que vos descubra... Uma coisa é certa: quem me tem como amiga só me perde se quiser!!!

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Agora é que devia ser o tal convite para um café....

16/3/05 2:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

OS AMIGOS, SÓ SÃO AMIGOS SE FOREM COMO AS ONDAS. ESTÃO SEMPRE A IR, E VIR(ESQUECE OS COLORIDOS...),
ISTO É, ESTÃO SEMPRE PRESENTES.
PODEM HAVER DIAS SEM ONDAS, MAS COMO OS SURFISTAS ,NUNCA SE PERDE UM AMIGO, DESCUPEM UMA ONDA.

17/3/05 3:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Deus dá nozes a quem tem placa!

Velvet Tongue

24/3/05 3:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os cafés, não são como as ondas...nem como as placas.

24/3/05 4:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mau... se começam a "anominar" de mais eu perco-vos o rasto! Podem perfeitamente ser anónimos perante os outros mas deixar um sinal que me oriente, vá lá. Não me castiguem. A propósito das nozes e das placas, também costumo ouvir esta: Deus não dorme!

Cadelinha Lésse, comentadora de bancada

24/3/05 5:46 da tarde  

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