Somos muito jeitosos
Tão certo como dois e dois serem quatro, há duas evidências que tenho como incontornáveis, por muito que mude de ambientes e tente frequentar locais de gente atinada, bonita e supostamente interessante: os homens falam de futebol e de mulheres; as mulheres falam de roupa e de... homens! É isso. Experimentem sentar-se cinco minutos à mesa do café e atentem nas conversas desses seres estranhos que pululam por este mundo fora. Não há volta a dar-lhe!
A política é uma miragem, a literatura continua a ser um inimigo público (excepto quando aparecem fenómenos como as rebelos pintos ou os códigos de Da Vinci, que o marketing se encarregou de transformar num best seller de qualidade duvidosa) e os jornais estão cada vez mais votados à eterna condição de folhas mal cheirosas com que se embrulha o não menos mal cheiroso peixe da lota. Ou as castanhas assadas.
Tanto andou o Guterres a falar da educação, e este país teima em ser a Meca dos analfabetos, salvo se em causa está um jogo estúpido em que uns quantos macacos queimam calorias atrás de uma bola. Aí, venha quem vier, o português dá cartas. Sobretudo à segunda-feira.
E elas? Elas, claro está, andam todas na moda, que parece ser vestir blusa justa e calça de cinta descida, mesmo que isso implique ficar com aquelas banhas todas de fora. Mas, que se lixe. Está na moda e pronto, usa-se! Não menos na moda estão as botas bicudas e de fino tacão, que além de todo o desconforto que devem causar são feias como os comboios e fazem mal à coluna. Mas estão na moda e pronto, usam-se! Será que ainda ninguém reparou que anda tudo vestido da mesma maneira, simplesmente porque está na moda? O que é feito do gosto pessoal? Das duas, três: ou ninguém o tem, ou têm todas muito mau gosto. Mas está na moda...
Enfim, por todo o lado se assiste a fenómenos de massificação como estes, em que as pessoas parecem ter um ou dois interesses na vida e o resto, pura e simplesmente, não existe. É desolador o panorama, meus caros, desolador mesmo. Quase tão mau como sairmos de casa a um domingo e vermos que as avenidas junto à praia estão pejadas de parolos. De portas abertas, os carros debitam o relato. Lá dentro, o macho palita os dentes por entre insultos ao árbitro e a fêmea faz malha ou dá o lanche ao puto que está no banco de trás.
Mas onde raio é que param as pessoas atinadas, bonitas e supostamente interessantes?
Não é por as coisas serem difíceis que não temos ousadia. É por não termos ousadia que as coisas são difíceis, Séneca
A política é uma miragem, a literatura continua a ser um inimigo público (excepto quando aparecem fenómenos como as rebelos pintos ou os códigos de Da Vinci, que o marketing se encarregou de transformar num best seller de qualidade duvidosa) e os jornais estão cada vez mais votados à eterna condição de folhas mal cheirosas com que se embrulha o não menos mal cheiroso peixe da lota. Ou as castanhas assadas.
Tanto andou o Guterres a falar da educação, e este país teima em ser a Meca dos analfabetos, salvo se em causa está um jogo estúpido em que uns quantos macacos queimam calorias atrás de uma bola. Aí, venha quem vier, o português dá cartas. Sobretudo à segunda-feira.
E elas? Elas, claro está, andam todas na moda, que parece ser vestir blusa justa e calça de cinta descida, mesmo que isso implique ficar com aquelas banhas todas de fora. Mas, que se lixe. Está na moda e pronto, usa-se! Não menos na moda estão as botas bicudas e de fino tacão, que além de todo o desconforto que devem causar são feias como os comboios e fazem mal à coluna. Mas estão na moda e pronto, usam-se! Será que ainda ninguém reparou que anda tudo vestido da mesma maneira, simplesmente porque está na moda? O que é feito do gosto pessoal? Das duas, três: ou ninguém o tem, ou têm todas muito mau gosto. Mas está na moda...
Enfim, por todo o lado se assiste a fenómenos de massificação como estes, em que as pessoas parecem ter um ou dois interesses na vida e o resto, pura e simplesmente, não existe. É desolador o panorama, meus caros, desolador mesmo. Quase tão mau como sairmos de casa a um domingo e vermos que as avenidas junto à praia estão pejadas de parolos. De portas abertas, os carros debitam o relato. Lá dentro, o macho palita os dentes por entre insultos ao árbitro e a fêmea faz malha ou dá o lanche ao puto que está no banco de trás.
Mas onde raio é que param as pessoas atinadas, bonitas e supostamente interessantes?
Não é por as coisas serem difíceis que não temos ousadia. É por não termos ousadia que as coisas são difíceis, Séneca
1 Comments:
A outra parte boa da vida é que lemos Saramago, ouvimos Carlos Paredes e vestimos-nos muito de branco mesmo que a moda não o permita...
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