Os blogs
Todos nós tivemos um ou vários motivos para construir e decorar esta nossa casa virtual. No meu caso, verificou-se uma mistura de factores: a um certo desalento com o meu eu, juntou-se uma súbita sobra de tempo. Como um acabou por ser a consequência da outra – ou vice-versa – e ambos são filhos na necessidade de manter viva a escrita, por mais fútil e menos catársica que se revele, aqui vim parar. No início, avisaram-me: que iam aparecer uns tinhosos a meter o seu nojo; que quem nos quer mal haveria de emergir, a coberto do anonimato que isto permite, para dizer o que não consegue dizer-nos na cara; que, colocadas nos antípodas da cobardia, iriam surgir pessoas interessantes.
Não estando, obviamente, livre das duas primeiras categorias, quero em especial saudar a terceira. Em poucos meses, a casa virtual recebeu muita e boa gente que busca alguma coisa, saiba ou não o quê em concreto. No fundo, que vive aqui comigo. Temos a malta do dia-a-dia, temos os visitantes de passagem, temos até (ainda que em menor número) a malta conhecida que, ou nos incentivou a abrir o tasco, ou acabou por fazer o mesmo logo a seguir. O que prova, também, o quanto esta coisa pode ser contagiante. E, é curioso, tenho notado que as afinidades vão surgindo de onde menos se espera. Há gostos que se assemelham, desgostos que nos parecem familiares, ideias que convergem, discussões (no bom sentido) que nos fazem ver as coisas com outros olhos ou, pelo menos, dão que pensar. Há, de igual forma, uma espécie de regra de ouro: o respeito pelos outros.
Até hoje, o que mais me impressionou foi que acabamos por tomar como nossas as dores alheias. Quem diz as dores, diz as alegrias. Como alguém escreveu, um blog é um sítio onde se dá e se recebe. Eu concordo e, cada vez mais, vejo a blogosfera como um universo de gentes que procuram alguma coisa. E acredito que ninguém fica indiferente. Acredito que, no final do dia, acabamos por pensar uns nos outros, imaginar os rostos desses que escrevem os nossos diários, as suas vozes, as suas vidas, as suas casas, os seus filhos, os seus animais.
Fiz este blog por uma necessidade qualquer e gostava de saber o que vos moveu. Escrevam, contem-me. Não aqui, na minha casa. Na vossa.
Não estando, obviamente, livre das duas primeiras categorias, quero em especial saudar a terceira. Em poucos meses, a casa virtual recebeu muita e boa gente que busca alguma coisa, saiba ou não o quê em concreto. No fundo, que vive aqui comigo. Temos a malta do dia-a-dia, temos os visitantes de passagem, temos até (ainda que em menor número) a malta conhecida que, ou nos incentivou a abrir o tasco, ou acabou por fazer o mesmo logo a seguir. O que prova, também, o quanto esta coisa pode ser contagiante. E, é curioso, tenho notado que as afinidades vão surgindo de onde menos se espera. Há gostos que se assemelham, desgostos que nos parecem familiares, ideias que convergem, discussões (no bom sentido) que nos fazem ver as coisas com outros olhos ou, pelo menos, dão que pensar. Há, de igual forma, uma espécie de regra de ouro: o respeito pelos outros.
Até hoje, o que mais me impressionou foi que acabamos por tomar como nossas as dores alheias. Quem diz as dores, diz as alegrias. Como alguém escreveu, um blog é um sítio onde se dá e se recebe. Eu concordo e, cada vez mais, vejo a blogosfera como um universo de gentes que procuram alguma coisa. E acredito que ninguém fica indiferente. Acredito que, no final do dia, acabamos por pensar uns nos outros, imaginar os rostos desses que escrevem os nossos diários, as suas vozes, as suas vidas, as suas casas, os seus filhos, os seus animais.
Fiz este blog por uma necessidade qualquer e gostava de saber o que vos moveu. Escrevam, contem-me. Não aqui, na minha casa. Na vossa.
1 Comments:
Interessante este teu post Lésse. :) Acho que na realidade a maior parte dos blogs nasce/nasceu da forma como aqui pintaste. Em particular, no meu caso, nasceu de uma necessidade extrema de expressar algumas coisas que já não conseguia com os meus amigos mais chegados e dar a conhecer ao mundo uma necessidade gritante de "ajuda" que precisava obter. E foi positivo. Cresci imenso. Conheci (mesmo pessoalmente) muita gente porreira com os quais convivo hoje. Não conheci nenhum(a) mete-nojo. Reencontrei coisas que tinha adormecidas. Encontrei afinidades comuns entre muitos bloguistas (nomeadamente na área da música) e de uma forma absolutamente fantástica, até um escritor galego de quem gosto muito entrou em contacto comigo. Isto é um mundo extraordinário, desde que saibamos bem onde está a fronteira que não deves ultrapassar.
Bjzz blogueiros
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