sábado, outubro 1

E para vocês, o que é realmente importante?

A Monica, coitadinha, talvez não arranjasse um bom emprego na cidade de Nova Iorque? Sabes que mais? Estou-me nas tintas. Julgas que a Monica se importa que eu fique com dores nas costas por ordenhar as putas daquelas vacas depois do meu dia de trabalho na universidade? Que eu tenha de varrer a merda que as pessoas deixam no posto dos correios porque elas não estão para se incomodar a deitá-la para a porra do latão do lixo? Julgas que a Monica quer saber disso para alguma coisa? Ela farta-se de ligar para a Casa Branca e deve ser horrível não responderem às suas chamadas. E acabou tudo para ti? Isso também é horrível? Para mim nunca começou. Acabou antes de começar. Experimenta levar com um tubo de ferro na cabeça, para saberes como é. (…) Não mudou nada. É por isso que temos de aceitar as coisas quando elas acontecem, porque não mudam nada”.

Este excerto de “A Mancha Humana”, da autoria de Philip Roth, deixou-me pensativa. São palavras de Faunia, a empregada de limpeza que se deita com um ex-professor universitário consideravelmente mais velho do que ela. Ela e ele são as personagens centrais de um livro que estou quase a acabar de ler (antes de recomeçar a escolinha…) e também elas – e não apenas as palavras ínsitas – me têm feito pensar no que realmente é importante na vida. E importante, para começar, é quando um livro, um mero conjunto de folhas de palavras impressas, nos leva às mais curiosas introspecções. E para vocês, o que é realmente importante?

4 Comments:

Blogger GNM said...

Concordo com a tua posição!
Gosto de sentir que depois da leitura de um livro, sou uma pessoa diferente.

Boa semana!

Continua a sorrir...

2/10/05 10:32 da tarde  
Blogger agua_quente said...

O mais importante é a vida, ela própria! Para ser vivida em cada dia como se fosse o último. :)
Beijos

2/10/05 10:47 da tarde  
Blogger T. said...

imagina estas palavras de "braços baixos" na boca da Nicole Kidman... não convence, pois não?
esta falta de esperança naquele rosto de grega brancura e linha, não é coerente.
Hopkins vai bem na pele de Harold Bloom o conhecido crítico literário que serviu de inspiração ao Philip Roth.
o Filme é spooky, uma triste adaptação de um romance a valer, muito embora também ache que não é o melhor de Roth.

6/10/05 3:19 da tarde  
Blogger Cadelinha Lésse said...

Pois, pois... agora que estou quase a terminar, creio que também já me passou a tusa (desculpem a expressão) inicial. Inicial nos dois sentidos: de início de história e de estreia na leitura de Roth... Por vezes, torna-se fastidioso nas descrições e deambulações afins.

6/10/05 3:37 da tarde  

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