O dia em que o sol sorriu
Como iria estar o tempo. Esta a minha preocupação para aquele dia, o do casamento da Luís com o Luís. A deles também, que não vêem na chuva a bênção que os crentes dizem abater-se sobre as bodas. E, embora ela já tivesse descoberto que aquele dia era consagrado ao sol, segundo outras crenças que depressa aceitou como suas, a verdade é que o dia, aquele, acordou feio, ainda que de temperatura amena, e logo me apressei a mandar à noiva uma mensagem dando-lhe conta da minha primeira tarefa da manhã - “Já mandei varrer o céu. Não te apoquentes”. Na hora perto da verdade, o céu, afinal, continuava como o dia, feio e cinzento. Até que aconteceu: no momento em que a noiva chegou ao jardim das Tílias, onde todos a aguardavam para a hora da verdade, o sol mostrou o seu sorriso e ali ficou, toda a tarde, a fazer-lhe companhia. E sorri. Não tanto como o sol, nem sequer como ela, que estava vestida de elegância e beleza. Eu acredito que foi por vê-la assim que o dia ficou bonito também.
1 Comments:
... ou talvez a uma súbita "alta pressão", mas é bonito acreditar que foi pelo que disseste (embora nem tu acredites!).
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