quinta-feira, junho 30

Quando?

Fazes-me mil e uma perguntas com o olhar e eu não posso responder nem a metade delas. A mais difícil de todas não tem resposta e é uma pergunta que também te faço, embora não percebas. Quando? Há seis meses, estava longe de imaginar que tens um mal que te corrói. Hoje sei-o e tu não. Apenas deves perceber que estás doente, porque vomitas muito. Ainda não tens dores, isso percebe-se, e mostras a vivacidade do costume, até a alegria de sempre, atrevo-me a dizer, alimentada pela inocência de não saberes… Fazes-me mil e uma perguntas com o olhar e eu apenas posso responder-te que sim, que vais ser sempre a minha companhia, mesmo quando as portas de Timbuktu se abrirem para te receber. Que irei ouvir-te arfar sempre, que nunca vou deixar de sentir que me fitas com esse ponto de interrogação que exibes no teu olhar. Ontem dei-te muitos mimos, se calhar não tantos quantos os que queria dar-te. E tu deste-me milhões de lambidelas. Vais sempre à frente, dás sempre muito mais do que o que recebes.
Já sinto a tua falta, Aartois.

Hi, Hi... de hiena

Deve ser o necrófago mais engraçado do mundo, pois passa a vida a rir-se da desgraça dos outros. Hermafrodita nas horas vagas, a hiena não pertence à família dos canídeos nem à dos felídeos, embora até se assemelhe mais a estes do que aos outros. É, simplesmente, da sub-classe dos hieníedos, ou seja, tudo o que é hiena. E há várias: castanhas, malhadas, às riscas. Aquela que mais costumamos ver é a das pintas, ou malhada. Tirando essas pequenas diferenças na pelagem, a hiena, a bem dizer, é igual à hiena. Pesa entre 80 e 95 quilos, corre até 50 km/hora e aquilo que a torna um predador exímio é o facto de ter uma força descomunal naquela bocarra. Grandes maxilares, os dentes mais afiados entre os carnívoros terrestres e portentosos músculos no pescoço, uma mistela que faz com que seja capaz de ficar pendurada numa zebra só pelos dentes. Pois, tinha de ser, para roer ossos e tudo! Outra das características deste animal é que faz bem ao meio ambiente, fazendo desaparecer da face da terra tudo o que é bicho morto. Tem o inconveniente de cheirar mal (pudera!), é feia e os quartos traseiros descaídos dão-lhe aquele ar amarrecado. Vive em África e na Ásia. É bicho para viver em sociedade e não raro formam-se grandes grupos para ir à caça. Ou, noutras vezes, roubar a caça aos grandes felinos, como os leões. Quem ri por fim, ri melhor!

sábado, junho 25

E lá vão três... pedidos


Beija-flor ou colibri, tanto se lhe dá… é o pássaro mais pequeno do mundo. Em várias cores, desenha no ar coreografias agitadíssimas, de tão irrequieto que é. Não vamos aqui explorar as razões de lhe chamarem beija-flor. Não é, com certeza, por andar a carregar pianos! Há quem assemelhe este passaroco a um míssel alado e também não vamos aqui dissertar sobre isso.
O mais pequeno de todos é o beija-flor-abelha, encontrado em Cuba. Mede cerca de cinco centímetros, sendo que metade desse tamanho corresponde ao bico e à cauda, e pesa em média seis gramas. Nos antípodas (falamos de tamanho, obviamente), temos o beija-flor-gigante, que vive na América do Sul e chega a medir 20 centímetros.
A velocidade e a agilidade no voo são as suas características mais marcantes. Têm asas que parecem invisíveis e, de tão rápidas, permitem ao colibri ser um animal destemido. Não raro, enfrenta pássaros 100 vezes maiores. Safa… Ainda a propósito das asas, ficam a saber que se movimentam em todas as direcções, porque os ossos são diferentes dos das assas das outras aves: são curtos e flexíveis.
Há cerca de 300 espécies de beija-flor. Tanto reside nas florestas tropicais como nos desertos, montanhas ou planícies. Até no Norte do Alasca, vejam bem… Onde quer que haja flores a abrir, lá vai o pássaro sugar o néctar que o alimenta.

Para o JRD


Americano, cubano, filipino, do Nilo, da Nova Guiné… Também o há de focinho delgado, de água doce, siamês e, por incrível que pareça, anão. Eis-nos no reino dos crocodylidae, essa temível família de répteis que é composta por 14 espécies. Não sabemos se todas têm capacidade para chorar, mas estamos em condições de assegurar que alguns exemplares chegam a pesar aí uns 500 quilitos, em sete metros de bicho. Nada mau, hã? Vistas bem as coisas, sete metros não são nada, pois estes simpáticos animais de estimação já chegaram a medir muito mais, quando o mundo era mundo e andavam por cá dinossauros dos verdadeiros. Dizem… Mesmo assim, ocupam o primeiro lugar em termos de tamanho no ranking dos que rastejam (vulgo répteis, mas, neste caso, animais) e podem viver até aos 80 anos.
Predadores de tudo e mais alguma coisa, os crocodilos habitam nas Américas, em África, na Ásia e na Austrália, onde por vezes são vistos em pleno oceano. Também podemos vê-los nas malinhas de mão, nos cintos e a cobrir os pezinhos de quem não tem vergonha na cara e usa artigos feitos com a sua pele. Adiante.
Têm umas pálpebras transparentes que lhes permitem enxergar debaixo de água. Na pele têm umas saliências que evitam a entrada de água na garganta e nos ouvidos. São animais de sangue frio, pois claro, e alguns libertam o excesso de calor abrindo aquela boquinha pequena que todos nós conhecemos.
As fêmeas são muito trabalhadoras. Costumam pôr entre 25 e 100 ovos em ninhos que fazem a partir de lama, areia e plantas. Para partir o ovo, a cria usa um dente temporário que lhe nasce nas fuças… Em cada dez, apenas um sobrevive.
Esclarecimento: eu queria colocar uma foto mais bonita, mas, como devem calcular... é difícil. Não percam, no próximo episódio, o BEIJA-FLOR...

quarta-feira, junho 15

Primeiro pedido: koala


Chamam-lhe koala urso ou urso koala, o que vai dar ao mesmo, mas, na verdade, isso é mais fruto da aparência do que outra coisa. Fofinho e com orelhas grandes e arredondadas, o animal mais famoso da Austrália faz realmente pensar num ursinho de pelúcia. No entanto, as suas semelhanças vão na direcção do canguru – e até são ambos marsupiais. Phascolarctos cinerus é o seu nome científico. Charmoso q.b, o koala tem mesmo ar de quem não está para se aborrecer com nada (neste campo, faz lembrar a preguiça) e passa montes de tempo a dormir. Quando não está a dormir, é quase certo que está a comer, lá no cimo de um qualquer eucalipto, cujas folhas são autênticos pitéus. Pelos menos, eles não se queixam. Com pelagem cinza ou acastanhada, o koala não tem rabo mas, em compensação, manda umas garras bem afiadas, para melhor trepar e se agarrar aos troncos onde passa a vida – raramente é visto no chão. É mais nocturno do que diurno (se calhar é por isso que me vi à nora para arranjar fotos em condições!) e, por hábito, é um animal solitário e inofensivo. Pode viver até aos 12 anos. Cada fêmea só consegue dar à luz de dois em dois anos e apenas uma cria, que trepa pelos próprios meios, logo que nasce, em direcção à bolsa materna em que vai manter-se durante seis meses, até que a pelagem esteja completa. Torna-se independente quando faz um ano. Os koalas alimentam-se das folhas de 12 variedades de eucaliptos e preferem as que contêm alto teor de gordura. É por isso que eles raramente precisam de beber. Aliás, koala, num dialecto que agora não sei qual é, significa “o que não bebe”.

quinta-feira, junho 9

Bichos pedidos

Tenho uma sugestão a fazer-vos: não é preciso dizer a frase, basta pedir o bicho! Digam-me qual o vosso animal preferido, seja selvagem ou doméstico, e eu irei fazer umas pesquisas e publicar algumas informações sobre o dito cujo. Não peçam coisas complicadas, tipo mula sem cabeça... ou bicho-homem, que disso não entendo nada. Se não pedirem coisa nenhuma, paciência, ficam sujeitos ao que eu vos der. Talvez comece pelas raças de cães portuguesas. Não prometo é publicar sempre uma foto, pois por vezes não consigo gamá-las!

quarta-feira, junho 8

Gato com pinta

Depois do tigre e do leão, o jaguar é o maior dos felídeos. Nome científico: Panthera onca. Ocorrência: num vasto território entre a Argentina e o México. Espécie ameaçada, é conhecido entre os brasileiros por vários outros nomes, como canguço, onça-pintada ou apenas onça. Como qualquer gato selvagem que se preze, caça veados, macacos, aves, cavalos e até gado bovino, embora não costume levar a melhor com os touros! Mas também mergulha em profundidade, nos rios, para comer peixes grandes. Animal ágil, silencioso e paciente, tanto trepa às árvores como mergulha, corre e salta, tudo com invejável destreza. Os machos podem chegar a medir mais de dois metros e pesar mais de 100 quilos. É curioso como os progenitores preparam as crias: um dos truques da “educação” é empurrar os putos para a água, para que percam o medo de nadar.

Haja paciência

Por estes dias, a escritora da moda foi (novamente) entrevistada pela SIC, a propósito do “Pessoas como nós”. A rapariga lá disse que o livro tem dois temas centrais, sendo um deles a solidão, esse fenómeno em crescendo na sociedade portuguesa. Talvez a moça tenha razão: as pessoas estão cada vez mais sozinhas, ou devemos dizer antes que são cada vez mais independentes? Bom, seja qual for o termo, não posso é concordar com os argumentos desfiados para justificar essa realidade difícil de qualificar. Então, não é que ela acha que as pessoas estão cada vez mais sozinhas porque preferem os sms, os mails e os telefonemas a estar sentadas frente-a-frente, à conversa? Por favor, alguém que vá a correr dizer a essa senhora que ainda não é possível tomar um café ou degustar um bom vinho via Internet! Que não há mensagem escrita que substitua uma boa discussão em torno da literatura a sério ou do malfadado défice! Santo deus… agora percebo por que raio é entrevistada tantas vezes!
Já agora, que dizem vocês: é solidão ou é independência?

segunda-feira, junho 6

I'm back

Cu, Cu
Está aí alguém?
Ninguém?
Estou eu! É verdade... Como não há bem que sempre dure... tenho a dizer-vos que estou de volta. Mas não vos adianta nada chorar, pois em Setembro haverá mais! E das grandes. E das boas. E das quentes e boas. E de lobos! Irei ter com eles outra vez.
Hoje fico-me por aqui. Todo este ócio de esplanada à beira-mar fez-me ficar com as ideias em água, maneiras que não vou moer-vos a paciência.