Multiplicaram-se como cogumelos e andam por aí à solta, para mal dos nossos pecados. Usam brinco à R7, trajam calça rota e nos pés exibem aquelas sapatilhas ranhosas que têm uns belos de uns amortecedores. No cabelo há sempre gel, o corte é escalado-de-mau gosto e, vá lá a gente saber porquê, o boné começa a dar lugar às madeixas. Falam muito e falam alto, mas, em cada dez palavras, onze são asneiras. Ah, costumam fazer acrobacias no metro, pendurando-se nos varões. Estes são os gunas.
Os outros usam “corte à Orlando Gaspar” (os que são do Porto percebem a expressão), deixam as calças escorrer-lhes pelo rabo (tanto, que por vezes têm de ir puxá-las, se não o dito fica mesmo à mostra), com a bela da cuequinha a ver-se tão bem! Estes usam argola em vez de brinco e também calha calçarem botas Timberland ou sapatilhas de menos-mau-gosto-que-as-dos-outros. E também falam alto e falam muito, vocabulário curto, é certo, e gostam muito das expressões “tipo” e “tipo”. Estes são os betos.
No Porto, no grande Porto, não se vê outra coisa. Não sei como é no resto do país, mas cá para cima só há macacos destes. Coitados dos macacos, que até são boa gente.